Maré Negra
Há um tempo para olhar, um tempo para enfrentar a maré negra. Tempos de voar de coruja e tempos de voar de falcão, dizia D. João II há tantos anos. Mas agora é mais do que isso.
O meu blog Ribeira Negra foi por mais de um ano um caminho para aprender a ver. Ver o mundo com olhos diferentes dos que nos dão quando crescemos, olhos que fingem que as coisas são como gostaríamos que fossem. E ver o mundo só se faz vendo cá dentro as coisas que nos vão fazendo.
Aqui trata-se da maré negra. Não há tempo a perder. No meio de tanta gente, de tantas palavras, de tantas intenções boas e de tantos momentos de verdade, a sombra alastra no mundo, e não é a sombra magnífica da noite mas o vulto baço das trevas. E não me digam que as trevas são iguais à noite, que o negro nunca é o caminho da verdade que nos surge quando as luzes mortas se rasgaram. A noite sabe ser igual à dança que nos criou. Mas com as trevas não estou disposto a falar.
Os cobardes, esses, rirão mais. Mas não terão música para dançar.
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